2006/05/03

 

A confiança em si mesmos (1ª parte)


Como posso ajudar o meu filho a ter maior confiança em si mesmo?

Os adolescentes costumam sentir-se inadequados. Têm novos corpos e mentes em desenvolvimento e relações com amigos e familiares que vão mudando. Entendem pela primeira vez que nem sempre fazem tudo bem. As mudanças nas suas vidas às vezes chegam mais rápido que a capacidade para adaptar-se a elas.

A falta de auto-estima geralmente se agrava durante os primeiros anos da adolescência, depois melhora um pouco durante os seguintes anos à medida que as novas identidades se fortalecem e enfocam. A qualquer idade a falta de confiança em si mesmo pode ser um problema sério. Os adolescentes que carecem de auto-estima podem ser solitários, trôpegos no seu trato com outras pessoas e muito sensíveis às críticas sobre o que eles pensam são suas insuficiências. Os jovens com pouca confiança em si mesmos são menos aptos a participar em actividades com os seus companheiros e a formar amizades com eles. Isto os isola mais ainda e impede que desenvolvam uma melhor imagem de si mesmos. E quando estabelecem amizades, são mais vulneráveis à pressão negativa dos amigos.

Alguns adolescentes que não têm confiança em sim mesmos deixam de participar nas aulas. Outros actuam escandalosamente para chamar a atenção. Na sua pior manifestação, a falta de confiança em sim mesmos se relaciona com comportamentos autodestructivos e maus hábitos — como fumar, beber álcool e tomar drogas.

As jovens costumam duvidar de si mesmas mais que os varões (mesmo que haja sempre excepções). Isto se deve a várias razões:

. A sociedade dá-lhes a mensagem que o importante é que elas se dêem bem com todos e que sejam muito mas muito magras e bonitas. A vida pode ser igualmente dura para um rapazinho que acha que tem que cumprir com as expectativas da sociedade que lhe dizem que todos os varões devem ser bons atletas e devem desempenhar bem as actividades físicas.

. As jovens amadurecem fisicamente mais cedo dois anos que os varões, o que exige que elas enfrentem assuntos como sua aparência, sua popularidade e a sua sexualidade antes de possuirem a maturidade emocional para fazê-lo.

. As jovens recebem mensagens confusas sobre a importância do rendimento académico. Mesmo que se lhes diz que devem fixar metas académicas altas para si mesmas, muitas delas temem que aos varões os vá desagradar se elas parecerem ser muito inteligentes ou capazes, especialmente nas matemáticas, nas ciências e na tecnologia.

Se o seu adolescente sofre por causa de uma crise de confiança em si mesmo por muito tempo, é provável que seja benéfico visitar um conselheiro ou outro profissional. Isto é particularmente certo se existe um problema com drogas ou álcool, algum problema de aprendizagem, alguma desordem alimentar como a bulímia ou a anorexia, ou depressão clínica. (Veja a secção entitulada Problemas, para obter maior informação que lhe pode ajudar a determinar se o seu filho cai em alguma destas categorias.) A maioria dos adolescentes superarão os períodos de instabilidade com o passar do tempo e com seu apoio.
Há certas coisas que o adolescente sentirá maior confiança na sua capacidade de fazer um bom papel que em outras.

A maioria dos psicólogos sentem que a auto-estima e a confiança em si mesmo representam uma variedade de sentimentos que um jovem tem sobre si mesmo sob circunstâncias diversas. A psicóloga Susan Harter desenvolveu uma teoria sobre a auto-estima que considera a confiança que um adolescente sente sobre algum tipo de actividade e daí tão importante é este tipo de actividade para ele. Por exemplo, os adolescentes podem refletir sobre várias situações: competir na equipe de atletismo, estudar matemáticas, entabular relações românticas, cuidar dos seus irmãos menores, e demais. Há certas coisas que o adolescente sentirá maior confiança na sua capacidade de fazer um bom papel que em outras. Talvez se sinta muito bem sobre seu atletismo e o seu conhecimento das matemáticas, mas se sente mal no que à sua vida romântica concerne. Talvez também dúvide que é um bom irmão. Quão tão bem se sentirá este jovem dependerá do que tão importantes são cada um destes aspectos de sua vida. Se ter namorado ou namorada é o que mais importa, esta pessoa se sentirá mal. Se o que mais importa é destacar-se academicamente e nos desportos, então o mais provável é que o seu auto-conceito será bastante bom. Utilizando esta teoria como base, as melhores atitudes para ajudar a que seu filho desenvolva confiança em sim mesmo são as seguintes:

- Dê-lhe oportunidades para ter sucesso. Como assinala a professora Diane Crim, "A melhor maneira de fomentar a confiança em si mesmo em alguém é oferecendo-lhe oportunidades para ter sucesso. É preciso facilitar-lhes o sucesso —dando-lhes experiências através das quais possam ver todo o poder que têm. Os jovens podem engenhar essas experiências. Parte do que cria a confiança é saber o que fazer quando não se sabe o que fazer".

Ajude o seu filho a fomentar a confiança nas suas próprias habilidades ao incentivá-lo a participar numa classe de arte, a actuar numa obra de teatro, jogar numa equipa de futebol ou básquete, a participar em feiras de ciências ou clubes de computadores, ou tocar um instrumento musical — qualquer coisa que desfrute e que o ajude a destacar os seus melhores rasgos. Não obrigue uma atividade específica à força. A maioria das crianças, não importa se têm 3 ou 13 anos de idade, resistem aos esforços para obrigá-los a fazer coisas que não desfrutam. Se se os empurra a fazer coisas que eles não escolheram fazer, o que resulta é simplesmente frustração. Trate de balançar as experiências de seu filho entre as actividades que já sabe desempenhar bem e actividades novas ou actividades nas quais ainda não se destaca.

Você também o pode ajudar a fomentar a confiança em sim mesmo ao dar-lhe tarefas e responsabilidades familiares nas quais pode ter sucesso — guardando o lixo, limpando seu quarto ou cortando o jardim.

(Continua)

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